8/31/2024

Fernando Cunha - Era uma vez…

 


Era uma vez um fazendeiro que tinha um galinheiro com 180 galinhas e estava a procura de um bom galo para produzir ovos...

Um belo dia o fazendeiro vai até à vila entra na cooperativa agrícola e diz para o vendedor:

-Boa Tarde! Procuro um bom galo capaz de cobrir todas as minhas galinhas.

O Vendedor responde:

- Quantas galinhas tem ?

- No total são 180. - diz o fazendeiro.

Então o vendedor vai buscar uma gaiola com um galo enorme, musculoso, com a crista de pé, olhos azuis e uma tatuagem no peito dos Rolling Stones, e diz para o fazendeiro:

- Leve este aquí, o Humberto, ele não falha.

O Fazendeiro leva o galo e, no dia seguinte, pela manhã, solta o galo no galinheiro.

O Galo sai numa corrida desenfreada, pega na primeira galinha, dá duas sem tirar; pega na segunda, dá a primeira e quando estava na segunda... cai para o lado.

O Fazendeiro olha e diz:

-Aquele vendedor aldrabou-me! Este galo apenas comeu duas galinhas e capotou.

Então, pegou no galo pelo pescoço, levou-o até ao vendedor e explicou-lhe o que se tinha passado.

O vendedor desculpou-se e foi buscar um outro galo.

Este era preto, de crista amarela, olhos cinzentos e ténis Nike. E disse para o fazendeiro:

-Este aqui é o Fernando.

O fazendeiro volta para a fazenda com o galo e repete a manobra: solta o bicho no galinheiro, o galo sai alucinado, come a primeira galinha de pé, pega a segunda e traça, com a terceira faz o 69 e quando está em cima da quarta, cai morto no meio do galinheiro.

O fazendeiro, completamente lixado, pega o galo pelas patas e volta à vila.

Entra pela cooperativa, quase rebentando com a porta, e diz para o vendedor:

- Escute aqui seu sacana, este é o segundo galo que você me vende e também não presta para nada. É melhor vender-me um galo decente ou deito esta cooperativa abaixo.

Então o vendedor vai buscar o galo velho, sem crista nem penas, com olheiras, corcunda, com ténis de lona já meio rebentados e uma camisa azul clara.

- Olhe, é só o que me resta. O nome dele é Tito e chegou, por coincidência, num barco que vinha do Algarve.

O Fazendeiro, ainda furioso, leva o galo, pensando:

- Mas que raio é que eu vou fazer com este galo?

Chegando à fazenda solta o Tito no Galinheiro.

O Galo despe a camisa, atira-a para o lado e sai enlouquecido comendo as 180 galinhas de um fôlego. Pára para respirar e come as 180 de novo. Sai do galinheiro a correr e enraba o pastor alemão.

Aí o fazendeiro agarra-o, dá-lhe dois sopapos para acalmar e tranca-o na gaiola.

-Porra, este galo é um fenómeno!!, pensa o fazendeiro.

E as galinhas todas doidas só comentam que " o Tito isto ", "o Tito aquilo"... loucura total.

No dia seguinte o fazendeiro voltou a soltar o galo; o Tito sai a levantar poeira do chão, dá duas voltas ao galinheiro aviando tudo o que é buraco com penas que lhe aparece no caminho.

Sai disparado e come o cão, o porco e duas vacas.

O Fazendeiro corre atrás dele, agarra-o pelo pescoço, dá-lhe uns abanões para o acalmar e volta a fechá-lo na gaiola.

-Que galo infernal! Vai-me cobrir a fazenda toda!!!, diz o fazendeiro.

No dia seguinte vai buscar o galo e encontra a gaiola toda rebentada.

- O Tito fugiu!

Sai a correr para o galinheiro e encontra as galinhas todas de barriga para o ar, fumando e assobiando, regaladas.

Lá fora estava o porco com o rabo virado pró ar, as duas vacas deitadas no chão e a falarem das perfomances sexuais do Tito, o cachorro com a bunda arruinada e pensa:

- Ele vai comer o gado dos vizinhos, vão-me matar!

Então pega no cavalo e a galope segue as pistas deixadas pelo Tito (Cabras a suspirar, bodes a passar gelo no rabo, uma tartaruga que perdeu a carapaça na trancada, um touro a experimentar lingerie, três gazelas a coxear, um pónei sentado num alguidar com gelo, um bambi curado das hemorroidas...)

Até que, de repente e à distância, vê o Tito caído no chão. Uma cena tristíssima!!!

Os abutres já voam em círculos, a babar-se com fome.

Quando viu os abutres o fazendeiro entendeu a situação.

- Nãããããooo, Titooooo.... Morrreeeeuuuuuu o Titoooooo! E logo agora que eu tinha encontrado um galo de verdade....

No meio destas lamentações, cuidadosamente o Tito abre um olho, olha para o fazendeiro e, assinalando os abutres, pisca-lhe o olho e diz:

- SShhhhhhhh! Cala-te...deixa-os pousar

Sem comentários: