Ajoelho aos teus pés
Com a pele sobre a terra
Como crente em devoção
E ser vivo protector
Ajoelho sem nada pedir
Apenas para agradecer
Dás tudo o que precisamos
Somos ingratos no cuidado
Elevo também as mãos ao céu
Pois tudo é complemento
És solo, clima e observação
És a casa de todos nós
Não és tu que divides
Nada tens a ver com poder
És jóia a ser guardada
Não razão para a destruição
José Gomes Ferreira
“Conversa com o menino”
Mãe e
filho, uma oficina,
Memorial das Crianças, Lídice República Checa
Azul é o
rosto do menino,
O cabelo
da mãe
Branco
como o leite.
Diz-me,
mamã, pergunta o menino:
- Que
significa longe?
Longe, meu
filho,
É ali nas
montanhas,
Atras do
bosque,
Além dos
rios…
Longe
estão os carris do comboio.
E as
viagens pelo mar infinito.
Longínquas
são as montanhas vermelhas
como o
fogo,
e os
barcos no horizonte violeta.
E as
brisas suaves da manhã.
Longe
estão as ilhas douradas,
e
longínqua está a relva verde e fresca
e a areia
suave e seca.
Mas, como
explicar ao menino
O que é
longe?
Se ele não
sabe o que são os rios,
se nunca
viu uma montanha verde
e não os
guarda na memória
como a sua
mãe.
Imagens
tão profundamente gravadas.
Como
explicar ao menino
O
que é longe?
(Traduzido
a partir da versão castelhana por Dina Linhares)