8/10/2024

Balanço dos Jogos Olímpicos



Talvez seja cedo para se fazer o balanço dos Jogos Olímpicos, mas também não temos grandes expectativas sobre o que ainda falta. Até agora a imagem transmitida à distância é que a organização francesa foi um desastre. Problemas como a falta de condições da Aldeia Olímpica e a poluição do rio Sena são marcantes.

Estes Jogos Olímpicos começaram com um problema à partida: a politização em face de guerras e políticas, que não é nova, mas representa um fracasso enorme de Paris2024. O espírito Olímpico não é esse, mas assim tem sido. Não é fácil identificar a culpa, mas o Comitê Olímpico Internacional não está isento de culpas em outros casos polémicos, com destaque para o boxe, modalidade na qual uma competidora ganhou a medalha de ouro, mas cujo género o órgão mundial da modalidade questiona.

No geral estes Jogos Olímpicos mostraram-se preocupantes quanto a questões de identidade nacional. Pouco tiveram de festa da paz e do desporto. Transformaram-se na passadeira vermelha, de um lado de influenciadores e comunicadores e, do outro lado, de orgasmos patrióticos sobre quem é verdadeiramente representante nacional. Esse facto fez-se sentir em particular quanto às críticas à representação portuguesa, atravessada de argumentos racistas e xenófobos. Um dos atletas, negro natural do Algarve, foi achincalhado em virtude da cor, outros casos repetiram-se.

A participação portuguesa tem produzido resultados dentro das expectativas, queremos sempre mais, mas nada se consegue sem investimento. Deixo uma palavra de solidariedade a Fernando Pimenta, um vencedor nato, mas que desta vez não chegou às medalhas. O público português é exigente em vitórias, mas é parco em apoiar os nossos representantes.

José G. Ferreira

Artista Aires Santos pinta POR AÍ FORA

 


Foi com arte ao vivo que se ligou a cultura popular, as tradições e o património edificado  na Miuzela.

Aconteceu no encontro anual da população emigrante e residente  num ambiente festivo e familiar, a pintura concluída no parque fluvial da freguesia permitiu honrar estas gentes e toda a sua história daí ficarem criados motivos suficientes  para voltar.

A União  de freguesias MIUZELA DO CÔA E PORTO DE OVELHA

VIVEM A CULTURA POPULAR E TRADIÇÕES

À BEIRA DA ENCRUZILHADA: O IMPACTO DA RETIRADADOS APOIOS AOS COMBUSTÍVEIS


A economia familiar e o bem-estar das empresas portuguesas enfrentam agora uma encruzilhada crítica: a possível retirada dos apoios aos combustíveis.

Após dois anos de alívio fiscal, que suavizou o peso crescente dos preços, o Governo pondera pôr fim a estas medidas, deixando os cidadãos à mercê de uma nova escalada nos custos de vida.

Sabemos que, quando o preço dos combustíveis sobe, tudo à nossa volta é afetado. Desde o pão que chega à mesa até às mercadorias que movem a economia, cada centavo a mais no litro de combustível traduz-se num peso elevadíssimo nos orçamentos familiares e empresariais.

A vida já se encontra numa corda bamba e instável, com a inflação e as dificuldades financeiras a apertarem de todos os lados.

Este é um momento que exige reflexão e responsabilidade. Os portugueses depositaram a sua confiança no Governo, acreditando que seriam protegidos contra os impactos mais duros da crise energética.

Retirar os apoios sem uma solução alternativa, como a redução do ISP, seria não apenas um retrocesso, mas um golpe severo na vida de milhões de cidadãos.                                       

A decisão que se avizinha é, portanto, muito mais do que uma questão económica: é uma questão de justiça social.

Pedimos que, ates de tomar alguma decisão, se lembrem dos cidadãos que lutam diariamente com muitas dificuldades para equilibrar as suas contas, e que enfrentam a incerteza e o medo de um futuro ainda mais difícil.

Não nos desiludam. Esta é uma oportunidade para demonstrar que o bem-estar do povo está, de facto, em primeiro lugar.

João Manuel Magalhães Rodrigues Fernandes

As “Aguarelas” do Júlio F. Rodrigues

 

Laceiras, Capela de São Tiago (Aguarela)

Watercolor 23x31cm, Saunders paper


Pedro S. Ramos mostra-nos Canas de Senhorim de noite e de dia (parte 9)

 






O PARAÍSO ESQUECIDO DA BEIRA ALTA

 


No coração da Beira Alta, onde os montes abraçam o céu e os rios sussurram histórias antigas, nasceu a Clara.

Numa típica casa de aldeia, rodeada por um quintal fértil, Clara cresceu na pureza e simplicidade do campo.

No amanhecer era saudada pelo canto dos passarinhos, um sinal claro de um ecossistema vibrante e saudável.

O ar fresco, impregnado de aromas de terra e flores silvestres, enchia os seus pulmões com uma vitalidade que apenas a natureza poderia proporcionar.

A MAGIA DA INFÂNCIA NO CAMPO

Clara passava os seus dias colhendo frutas frescas no quintal e correndo livremente pelas ruas da aldeia.

A brincadeira com outras crianças ao ar livre era um fascínio contínuo, um testemunho de um ecossistema que funcionava perfeitamente.

As pessoas da aldeia eram generosas e o espírito de partilha permeava cada interação.


A simplicidade das vidas na aldeia era uma bênção que Clara apreciava profundamente. Ela adorava ajudar os vizinhos, aprender sobre as plantas e os animais, e ouvir as histórias antigas contadas pelos mais velhos ao redor da fogueira.

A pacatez do campo, a tranquilidade das colinas e a pureza das águas faziam daquele lugar um verdadeiro paraíso, onde Clara se sentia em plena harmonia com o mundo.

OS DESAFIOS DA ADOLESCÊNCIA

Ao chegar à adolescência, Clara começou a perceber que a vida no campo, embora maravilhosa, não era isenta de desafios.

Enquanto caminhava para concluir os seus estudos no liceu, os seus pensamentos voltavam-se para o futuro.

Ela amava a sua aldeia e desejava continuar vivendo naquele sossego paradisíaco, mas a realidade começou a se impor.

As oportunidades de emprego eram escassas e muitos jovens, como ela, acabavam sendo atraídos pela promessa de uma vida melhor nas cidades.

A desertificação humana era uma ameaça constante, pois sem empregos e incentivos para permanecer, a população da aldeia diminuía ano após ano.

Clara sentia uma tristeza profunda ao pensar que poderia ser forçada a deixar seu amado lar.

O SONHO DE UM FUTURO MELHOR


Clara não queria aceitar esse destino. Sonhava com um futuro onde pudesse fixar-se na aldeia, contribuindo para a comunidade e mantendo viva a essência daquele lugar único.

Ela sabia que para isso acontecer, era necessário um esforço coletivo e a vontade dos governantes de investir no interior.

A criação de condições para que empresas se instalassem ali, gerando empregos e riqueza, era essencial para combater a desertificação e garantir um futuro próspero para todos.

Clara desejava ver mais crianças nascendo e crescendo na aldeia, partilhando da mesma alegria e liberdade que ela conheceu.

Ela queria que o espírito de generosidade e partilha que caracterizava sua comunidade pudesse continuar florescendo.

Mas para isso, era fundamental que as políticas públicas voltassem os seus olhos para o interior, valorizando e investindo nas áreas rurais.

UM APELO À AÇÃO

A história de Clara é um apelo tocante para todos nós. É uma chamada de atenção para a  preservação das nossas aldeias e da qualidade de vida no interior, e isso é determinante para fixar pessoas nos meios rurais.

Precisamos valorizar esses paraísos esquecidos e lutar para que continuem a ser refúgios de paz, saúde e felicidade.

Enquanto Clara sonha com um futuro onde possa permanecer em seu paraíso, é nosso dever trabalhar para que esse sonho se torne realidade. Que os governantes, as empresas e a sociedade em geral reconheçam a importância de investir no interior, criando condições para que mais pessoas possam viver e prosperar nesses sitios magníficos.

A caminhada de Clara é um convite para refletirmos sobre as nossas próprias escolhas e o impacto que podemos ter na preservação e revitalização das áreas rurais.

Que todos possamos, inspirados pelo seu amor pela terra e pela vida simples, agir de forma a garantir que esses paraísos não sejam apenas memórias, mas sim realidades vibrantes e sustentáveis.

João Manuel