6/20/2024

A minha foto escolhida

 

Ronaldo e Francisco Conceição (Foto IMAGO / ZUMA Press Wire)

«Conceição faz de Ronaldo»: o que se diz lá fora sobre a vitória de Portugal


História e memória....


 Dia Mundial do Refugiado





O Dia Mundial do Refugiado é uma data internacional designada pelas Nações Unidas para homenagear as pessoas refugiadas em todo o mundo. É assinalado todos os anos a 20 de junho e celebra a força, a resiliência e a coragem das pessoas que foram forçadas a deixar o seu país de origem devido a conflitos ou perseguições. Segundo os dados da ACNUR (Agência da ONU para os Refugiados), a cada minuto 20 pessoas deixam tudo para trás para escapar à guerra, à perseguição ou ao terror. Este ano, de 2024, centra-se na resiliência das pessoas refugiadas frente às mudanças climáticas e na procura de soluções para os deslocados neste contexto. A abordagem destas alterações climáticas como uma das causas das deslocações é crucial para quebrar esse ciclo e encontrar soluções adequadas.

Este dia procura mobilizar a vontade política e os recursos para que os refugiados possam sobreviver e viver uma vida tranquila e próspera. Procura também lembrar todos aqueles que tiveram de escapar à guerra, a perseguições ou a cenários de terror, sem esquecer os que por qualquer outra razão, raça, religião, nacionalidade, pertença a um grupo social particular ou com opinião política de oposição ao regime vigente, foram forçados a deslocar-se para outra região ou país.

É premente, face a esta realidade, que as sociedades, ao nível global, desenvolvam a empatia e a solidariedade, primando pela criação de condições dignas e pelo bom acolhimento destas pessoas, colocando a questão fundamental “E se fosse eu?”

Lembremos o exemplo de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal na cidade francesa de Bordéus que, em 1940, no contexto da 2ª guerra mundial, emitiu vistos a milhares de refugiados, num ato humanitário e de coragem, sem olhar a credos, nacionalidades raças ou convicções políticas, para fugirem da perseguição nazi e, provavelmente, da morte, gesto que possibilitou a esperança e a sobrevivência destas pessoas. Desta personalidade ímpar da nossa história falaremos noutra ocasião.

 

Dores do Carmo

 



Campo de milho

Escolho a poesia breve dos dias de chuva

Inauguro mesmo os clichés 

A escolha das palavras para abotoar beijos

Sentir os lábios mortiços a tocarem os acabamentos 

Beber um copo de vinho e enaltecer o corpo masculino 

Aproveito e abro a porta à saudade

A imaginação não tem limites quando se acredita 

Escuto as bátegas de água nas paredes

Assemelham-se a obuses no terror do extermínio

Neste caso parecem apenas pianos a serem afinados

Não provocam vítimas no ruído 

Escuto também o grito de crianças a abortarem

Infelizes não conseguiram fugir da violação 

Tinham a certeza que eram defendidas

Estranho quando os seguidores dos deuses parecem apoiar demónios 

Talvez deva procurar um campo de milho e não me preocupar

Escutarei nos versos a chuva e a poesia

Quero tanto mergulhar na beleza das intransigências

E acreditar na liberdade como sincronia de corpos e autónomos


José Gomes Ferreira