9/02/2024

Amarelo Silvestre

 


Há uma tendência, que se aprofunda em Agosto e nos restantes meses do Verão, de fotografarmos o nascer ou o pôr do sol. É um momento belo, que nos parece sempre único, apesar de acontecer, mais ou menos encoberto, todos os dias do ano. Nunca fica tão bem na fotografia como o vimos com os nossos olhos, mas não apagamos esse pedaço de luz que acreditamos nascer para todos. É sobre outras luzes que fala o editorial de Agosto do boletim de notícias que seguiu para quem nos segue, ainda no início do mês, não tínhamos ainda fotografado metade dos finais de tarde que agora guardamos na memória e na galeria. O Fernando fala sobre essas luzes e sobre a beleza do que vamos fazendo porque nos vemos e cuidamos uns dos outros, não para ficar bem na fotografia.

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Mecanismos Colectivos de Salvaguarda do Mundo

Outra coisa que me emociona é aquele movimento de estigmergia solidária ao som das sirenes do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Estamos dentro de um carro, numa fila de incontáveis automóveis – tantas viaturas transportam tão poucas pessoas. Estamos ali, a pensar com os pés e com as mãos que, ora pisam o acelerador, ora a embraiagem e o travão, ora engatam a primeira mudança, ora voltam ao ponto morto. Assim estamos e, ao som das sirenes, pensamos com a cabeça e accionamos os Mecanismos Colectivos de Salvaguarda do Mundo: No caso, abrir um corredor solidário para deixar passar o INEM.

Fernando Giestas

Co-Director Artístico Amarelo Silvestre

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