Há uma tendência, que se aprofunda em Agosto e nos restantes
meses do Verão, de fotografarmos o nascer ou o pôr do sol. É um momento belo,
que nos parece sempre único, apesar de acontecer, mais ou menos encoberto,
todos os dias do ano. Nunca fica tão bem na fotografia como o vimos com os
nossos olhos, mas não apagamos esse pedaço de luz que acreditamos nascer para
todos. É sobre outras luzes que fala o editorial de Agosto do boletim de
notícias que seguiu para quem nos segue, ainda no início do mês, não tínhamos
ainda fotografado metade dos finais de tarde que agora guardamos na memória e
na galeria. O Fernando fala sobre essas luzes e sobre a beleza do que vamos
fazendo porque nos vemos e cuidamos uns dos outros, não para ficar bem na
fotografia.
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Mecanismos Colectivos de Salvaguarda do Mundo
Outra coisa que me emociona é aquele movimento de
estigmergia solidária ao som das sirenes do Instituto Nacional de Emergência
Médica (INEM). Estamos dentro de um carro, numa fila de incontáveis automóveis
– tantas viaturas transportam tão poucas pessoas. Estamos ali, a pensar com os
pés e com as mãos que, ora pisam o acelerador, ora a embraiagem e o travão, ora
engatam a primeira mudança, ora voltam ao ponto morto. Assim estamos e, ao som
das sirenes, pensamos com a cabeça e accionamos os Mecanismos Colectivos de
Salvaguarda do Mundo: No caso, abrir um corredor solidário para deixar passar o
INEM.
Fernando Giestas
Co-Director Artístico Amarelo Silvestre
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