A devastação causada pelos incêndios recentes é um verdadeiro alerta para a nossa sociedade e para o Estado.
A presença de figuras de destaque, como o Presidente da
República, o Primeiro-Ministro, e vários Ministros, acompanhados por
presidentes de câmaras e representantes locais, demonstra um claro esforço por
parte das autoridades em mostrar solidariedade e, sobretudo, em encontrar
soluções práticas.
Contudo, o anúncio de medidas por si só não basta. É
fundamental que tudo o que foi prometido se traduza em ações rápidas e
concretas no terreno, principalmente porque muitas famílias perderam
absolutamente tudo.
O empenho do Governo, liderado pelo Sr. Primeiro-Ministro,
Luís Montenegro é notório, com um claro foco em alinhar medidas de apoio e
recuperação.
Mas, como bem sabemos, a verdadeira prova será a execução
eficaz e célere dessas medidas. A urgência é indiscutível.
As populações afetadas necessitam de respostas imediatas,
não apenas para reconstruir o que foi perdido materialmente, mas também para
superar o trauma psicológico profundo deixado por estas tragédias.
A presença de autarcas, que conhecem de perto as
necessidades locais, é essencial. O seu papel de intermediários entre o Governo
central e as comunidades não pode ser subestimado.
Contudo, é necessário ir além da resposta imediata. Estes
incêndios levantam questões estruturais e de longo prazo sobre o ordenamento do
território e a gestão das nossas florestas. Temos que aprender com o passado e
assegurar que erros cometidos em situações semelhantes, como os incêndios de
2017, não voltem a acontecer.
A criação de um cadastro florestal é uma medida urgente e
essencial, mas o seu impacto será limitado se não for parte de uma estratégia
nacional consistente e de longo prazo, que se mantenha independentemente das
mudanças de governo ou de políticas.
O compromisso tem ser mais abrangente, não se pode limitar
unicamente ao governo, terá forçosamente de envolver a oposição, todos têm
responsabilidades nesta matéria.
A prevenção é a palavra-chave. Não podemos mais uma vez,
deixar as nossas florestas à mercê do abandono e da desorganização.
Além das medidas urgentes e de circunstância, é imperativo
que o Estado invista em programas que
ilustrem, instruam e envolvam as populações locais na proteção do seu
património natural.
E, claro, o apoio psicológico às vítimas dos incêndios deve
ser uma prioridade absoluta. O impacto emocional de perder a casa, as memórias
e até entes queridos nestes incêndios é incalculável.
Estamos diante de uma oportunidade única para refletir e
agir com seriedade. Esta tragédia não pode ser uma ocasião perdida.
Devemos unir esforços, desde as autarquias até ao Governo
central, para não só ajudar os que mais precisam agora, mas também construir um
futuro mais seguro e resiliente para todos.
Que este momento sirva como um ponto de viragem. Unidos,
temos que agir rapidamente, com rigor e com um compromisso inabalável de
proteger as nossas florestas, as nossas gentes, e o nosso futuro.
João Manuel Magalhães Rodrigues Fernandes
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