O afastamento, seja de pessoas, lugares ou situações, muitas
vezes surge de uma forma subtil, como um incómodo crescente, ou abrupta. Esse
distanciamento força-nos a olhar para a vida de uma maneira mais crítica e
profunda. Sentimentos de frustração, desanimo ou até mesmo de vazio podem ser
sinais de que algo precisa mudar. No contexto do trabalho, esse processo pode
ser ainda mais desafiador, pois o emprego não é apenas uma fonte de rendimento,
mas também parte da nossa identidade e rotina.
Quando nos afastamos de um trabalho, seja fisicamente ou
emocionalmente, passamos a questionar o propósito do que fazemos. Surge a
questão: "Esse caminho ainda faz sentido?" O sentimento de alienação
em relação às tarefas quotidianas pode ser um convite para refletir sobre as
nossas verdadeiras motivações e aspirações. Às vezes, o que nos leva a repensar
é o simples desejo de realizar algo que ressoe mais com os nossos valores e
paixões, ou a necessidade de um afastamento que nos leve a encontrar um equilíbrio.
Esse afastamento não deve ser visto como uma falha, mas como
uma oportunidade para calmar o nosso ser. É no repensar das nossas escolhas que
encontramos novas direções, muitas vezes mais alinhadas com quem nos tornamos
ao longo do tempo. Essa mudança de rumo pode ser assustadora, mas também é
libertadora, pois dá a chance de criar uma nova realidade, mais próxima das
nossas necessidades atuais e do que desejamos para o futuro. Repensar o que
fazemos é, assim, um reflexo de um repensar da própria vida, na procura de um
sentido, propósito, sentimento e autenticidade.
Miguel Marques
Sem comentários:
Enviar um comentário