9/09/2024

Miguel Marques - Diário de bordo 3

 


O afastamento, seja de pessoas, lugares ou situações, muitas vezes surge de uma forma subtil, como um incómodo crescente, ou abrupta. Esse distanciamento força-nos a olhar para a vida de uma maneira mais crítica e profunda. Sentimentos de frustração, desanimo ou até mesmo de vazio podem ser sinais de que algo precisa mudar. No contexto do trabalho, esse processo pode ser ainda mais desafiador, pois o emprego não é apenas uma fonte de rendimento, mas também parte da nossa identidade e rotina.

Quando nos afastamos de um trabalho, seja fisicamente ou emocionalmente, passamos a questionar o propósito do que fazemos. Surge a questão: "Esse caminho ainda faz sentido?" O sentimento de alienação em relação às tarefas quotidianas pode ser um convite para refletir sobre as nossas verdadeiras motivações e aspirações. Às vezes, o que nos leva a repensar é o simples desejo de realizar algo que ressoe mais com os nossos valores e paixões, ou a necessidade de um afastamento que nos leve a encontrar um equilíbrio.

Esse afastamento não deve ser visto como uma falha, mas como uma oportunidade para calmar o nosso ser. É no repensar das nossas escolhas que encontramos novas direções, muitas vezes mais alinhadas com quem nos tornamos ao longo do tempo. Essa mudança de rumo pode ser assustadora, mas também é libertadora, pois dá a chance de criar uma nova realidade, mais próxima das nossas necessidades atuais e do que desejamos para o futuro. Repensar o que fazemos é, assim, um reflexo de um repensar da própria vida, na procura de um sentido, propósito, sentimento e autenticidade.


Miguel Marques

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