Caminho na cidade vazia como testemunho
Como presença em qualquer outro lugar
Observo o abrigo de quem não o tem
Arrepiam-me os espaços de gente sem voz
Mesmo que nas rezas tem quem peça salvação
A penitência é pedida na repercussão dos indigentes
Ignora a culpa de quem não prescinde de reverência
Percorro as ruas limpas do habitual vai e vem
Não têm ruído, nem anúncio de vendas
É domingo e a cidade dá-se nua à análise
Sento-me à porta da igreja como quem fica à janela
Aguardo o aceno dos pecadores
Vou deixar o tempo passar sem limites
Talvez se mostrem no bater do peito ou no proclamar da necessidade de aceitar a palavra divina
Até lá o Sol aquece as entrelinhas e eu suspiro
Quero também encontrar amor no eco metropolitano
José Gomes Ferreira
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