9/05/2024

A CRISE DE MÉDICOS NO SNS: UM PROBLEMA DE DÉCADAS QUE EXIGE SOLUÇÕES ESTRUTURAIS

 


A falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um problema que atravessa gerações de governos e afeta diretamente o acesso à saúde de milhões de portugueses.

A escassez nas áreas de obstetrícia e medicina familiar, em particular, reflete uma crise profunda que não começou com o atual governo, nem com o anterior.

Trata-se de um problema estrutural que se arrasta há mais de 40 anos, fruto da ausência de investimento estratégico no aumento do número de médicos e na diversificação das especialidades.

Os sucessivos governos, ao longo das últimas quatro décadas, falharam em antecipar as necessidades crescentes de profissionais de saúde e na criação de condições para atrair e manter médicos no SNS.

Este problema agravou-se com o envelhecimento da população e o aumento das exigências no setor da saúde, em especial nas áreas críticas como a obstetrícia, onde a falta de especialistas coloca em risco o acompanhamento adequado de grávidas e recém-nascidos.

Felizmente, o atual governo deu um passo positivo ao abrir mais vagas para os cursos de medicina, uma medida que, embora correta, levará anos a surtir efeitos.

Não é possível resolver uma crise tão profunda em apenas alguns meses, como muitas vezes a oposição, nomeadamente o PS e o Bloco de Esquerda, tem sugerido com excessiva leviandade,  irresponsabilidade e ligeireza.

É importante lembrar que todos os partidos, que têm estado no poder ou na oposição, partilham responsabilidades no atual estado do SNS.            

A solução para este problema não passa apenas por uma gestão imediata e reativa, mas por uma estratégia de longo prazo, com um compromisso político sólido e consistente que assegure o recrutamento, formação e retenção de profissionais de saúde.

São necessárias políticas que atraiam mais médicos para o SNS, que ofereçam condições dignas de trabalho e que garantam um planeamento eficaz das necessidades de saúde das futuras gerações.

Estamos, assim, num momento de reflexão e ação. Um momento que exige seriedade, responsabilidade e uma visão clara de que só com um esforço conjunto poderemos garantir um SNS capaz de responder às necessidades de todos os portugueses. Porque a saúde é um direito, e cabe-nos a todos lutar pela sua preservação.

 

João Manuel

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