8/18/2024

JUSTIÇA CEGA, MAS SÓ PARA ALGUNS: A DESIGUALDADE NO TRIBUNAL DA VIDA

 


Num país onde a justiça deveria ser o alicerce da igualdade, as longas décadas de espera por julgamento em casos de grande visibilidade levantam questões perturbadoras sobre a real imparcialidade do nosso sistema.

Como pode a Justiça erguer-se como símbolo de equidade quando cidadãos comuns observam, perplexos, a interminável novela jurídica de figuras poderosas, como o caso Sócrates?

Décadas passam-se, crimes prescrevem, e a sensação de impunidade instala-se, corroendo e desgastando a fé dos cidadãos num sistema que deveria protegê-los.

O cidadão comum, que se vê esmagado pelo peso da burocracia e das despesas jurídicas, só pode perguntar: existe realmente uma justiça igual para todos?

Ou vivemos num sistema onde a riqueza compra tempo e, eventualmente, a liberdade?

Os intermináveis recursos e manobras legais disponíveis apenas para quem pode pagar criam uma ferida profunda na credibilidade do sistema jurídico, fazendo-nos questionar se a balança da justiça está, de facto, equilibrada.

É hora de repensar o nosso sistema de justiça, exigir transparência, celeridade, e garantir que a justiça não seja um privilégio dos ricos, mas um direito fundamental para todos.

Porque um país que permite a justiça para uns e a impunidade para outros, não é um estado de direito, mas uma sociedade cega pela desigualdade.

A justiça deve ser para todos, sem exceções. E é este o grito que devemos erguer, pela dignidade de um sistema que verdadeiramente proteja e sirva  todos os cidadãos.

João Manuel

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