O destaque que a comunicação social está a dar à entrevista de Luís Filipe Vieira mostra que qualquer pessoa que tenha cometido crimes relacionados com corrupção pode vir a ser comentador televiso e/ou a ter visibilidade garantida em vários formatos. É incrível a quantidade de políticos reabilitados pelas televisões, os quais, em vez de cumprirem pena surgem como figuras exemplares que, para quem os convida, vale a pena serem ouvidos.
Podem usar o argumento de que é isso que "o meu povo gosta", parafraseando o malogrado Jorge Perestrelo. A entrevista de Vieira terá sido acompanhada por 1,8 milhões de telespectadores. Induzidas pelas disputas do futebol as audiências consomem até vinagre e chamam-lhe vinho de primeira. Não adianta um país ter políticas anti-corrupção se a comunicação social iliba os ilustres. Foi incrível a limpeza de culpa que o Correio da Manhã fez a José Castelo Branco. No mundo do futebol sobram exemplos semelhantes, em outras áreas idem.
Portugal é um país pequeno e essas pretensas elites se não conhecem os jornalistas são amigos ou familiares dos proprietários dos órgãos de comunicação social. Pensam que Ricardo Espírito Santo se sabe pelos seus lindos olhos? Vejam os laços à volta. Assim um país nunca muda. Portugal é pequeno não no tamanho, mas nos apadrinhamentos e subvenções.
José G. Ferreira
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