A Inspecção Geral das Finanças divulgou informações preocupantes sobre a compra da TAP com o próprio dinheiro da companhia. Fica a dúvida quanto ao atraso da decisão e a divulgação cirúrgica num contexto que fragiliza o governo, em particular a possibilidade escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia. Podendo fragilizar uma eventual candidatura de Passos Coelho à presidência da República.
O primeiro-ministro afirmou que a IGF não revelou nada de novo. Tem quem se preocupe mais com o sentido de oportunidade dessa divulgação. Montenegro quis sacudir a pressão, não parece que seja boa estratégia. O caso exige transparência e não um "lavo daí as minhas mãos". Nada tenho contra a privatização da TAP, mas este processo é carente em informação credível e atempada. Neste caso, a ser verdade, o governo da época favoreceu interesses privados, o que deixa antever que alguém saiu favorecido, além dos privados.
Talvez seja um motivo forte para a não indicação de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia, mas não creio que vá acontecer. Seria interpretado como enfraquecimento do governo. Quando na verdade enfraquecimento é manter a indicação. Já percebemos que a apresentação do Orçamento do Estado traz por arrasto muita coisa. Para os portugueses fica a dúvida de partidos e grupos sobre as instituições.
José G. Ferreira
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