Um sem abrigo fala sozinho na praça
Quantas vezes não fazemos o mesmo
Ninguém nos julga pela aparência
E eventual dependência do álcool
Não somos diferentes nos monólogos
Fingimos falar ao telefone
Não sabemos se alguém nos escuta
Ou se é apenas uma vida de engano
Também nós misturamos Aracaju com abacaxi
Simulando revelar segredos sem escrever
Seguimos firmes sem saber quando é o fim
Nessa vida muda de escuta e atenção
Vivemos a pensar que o amanhã acabou
E a vida é luta, rotina e ironia
Culpamos quem sorri das recordações
Não fazemos ideia do que nos reserva o destino
José Gomes Ferreira
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