Um dia destes, alguém perguntou-me com um olhar de desdém:
"Achas que alguém tem paciência para ler o que escreves ou ver as tuas
publicações?" Sorri e respondi com a tranquilidade que só o tempo oferece:
"Estou num momento da minha vida em que pouco me interessa se leem ou não, ou veem ou não, até sei que vão
bisbilhotar...
Não escrevo por likes, não procuro aplausos, reconhecimento,
exaltação, nem aprovação. Escrevo pelo que me vai na alma."
Escrever é mais do que um ato de comunicação; é uma
expressão pura e íntima de quem somos. Cada palavra, cada linha, é um reflexo
da nossa essência, uma extensão do que sentimos, pensamos e acreditamos.
No entanto, há quem não compreenda essa liberdade, quem
confunda autenticidade com vaidade, e quem, talvez movido pela inveja ou
ignorância, tente desvalorizar o que é criado com o coração.
Mas o que muitos não percebem é que a escrita não precisa de
validação externa para ter valor. Ela é, por si só, um ato de libertação, uma
forma de libertar e soltar emoções, pensamentos e experiências.
A inveja e a ingratidão, que tantos deixam que os atormente,
não têm lugar na mente de quem escreve por paixão.
Quem escreve com alma, sabe que a verdadeira liberdade está,
em não se importar com a opinião alheia e em não se deixar prender por
expetativas externas.
A escrita, quando é genuína, é um espelho que reflete não
apenas no mundo ao nosso redor, mas também no universo dentro de nós.
E é nesse espelho que encontramos a nossa verdade, o nosso
propósito.
Se outros o veem e reconhecem, ótimo. Se não, pouco importa.
Porque, no final das contas, escrevemos para nos encontrarmos, para darmos voz
à nossa alma, para deixarmos uma marca, ainda que seja apenas em nós
mesmos.
"A Arte de Escrever Sem Amarras: Entre a Alma e o
Papel"
Escrever não significa agradar, espelha ser autêntico.
É ter a coragem de expressar o que
sentimos, independentemente de quem está a ler. E essa autenticidade, essa
liberdade, é o que torna a escrita verdadeiramente poderosa.
Não escrevemos para os outros, mas para nós mesmos. E, nesta
andança de palavras, encontramos uma paz que nenhum "like" jamais
poderia proporcionar.
João Manuel
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