Toca o sino na Igreja
O relógio é o compasso
Nas ruas é o vento
Sacode as chapas de zinco
Limpa a chora das oliveiras
Gera crispação nos cabelos
O céu azul derrete o olhar
A serra resplandece
As vinhas soltam o aroma a pintor
Tem figos temporãos na figueira
O orvalho deixa as folhas do milho fartas
Na madrugada arrancam-se as batatas
Foge-se à hora de mais calor
A terra quente também é farta
Recolhe-se alguma milhem para os animais
A verdura será como salada na refeição
As casas já não têm vizinhos à porta
Escuta-se um tractor vindo da fazenda
Diz-se boa noite a quem passa
Já se reconhece pelo ruído típico
Regamos as flores das escadas
A humidade escorre pelos degraus
Rapidamente evapora
Os gatos parecem em competição
Derrubam paus e telhas velhas
Vêm à memória anteriores residentes
Os ciclos parecem fechar-se com o encanto da Lua
Chega a ser interrompido pelo telefone a tocar
Retoma a posição e permanece no planalto
José Gomes Ferreira
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