9/28/2024

O GRITO E O PROTESTO: A URGÊNCIA DE UM NOVO OLHAR SOBRE OS MEIOS RURAIS


O interior do país, tantas vezes esquecido e negligenciado, não pode continuar a ser lembrado apenas nas tragédias que marcam vidas e destroem comunidades.

É tempo de dar a devida atenção a esses territórios que, embora distantes dos grandes centros urbanos, são fundamentais para a identidade e o futuro do país.

A desertificação que há muito assola as áreas rurais é um reflexo claro da falta de ação política eficaz, deixando aldeias quase desertas e populações à mercê da sorte.

Os políticos, na sua maioria, parecem desconhecer a realidade do país que governam. Limitam-se aos grandes centros urbanos, onde o progresso é mais visível e as câmaras estão sempre presentes.

Mas o verdadeiro país, aquele que sustenta tradições, que preserva a natureza, agricultura, animais e que oferece uma qualidade de vida  diferente, está no interior, longe dos holofotes e dos discursos vazios.

É preciso que as lideranças políticas caminhem pelos campos, conheçam as estradas rurais, falem com as gentes que resistem à desertificação e compreendam as suas necessidades.

Só assim será possível implementar um ordenamento do território que vá além do papel e que, de facto, crie condições para que as populações se possam fixar e prosperar nestas regiões.                           

A cada tragédia, provavelmente evitável, a sensação de impotência aumenta. Vemos vidas humanas, bens materiais, animais e famílias inteiras devastadas, sem qualquer apoio eficaz e célere.

E, ano após ano, assistimos ao mesmo cenário desolador, sem que se tomem medidas preventivas ou se aprendam as lições do passado. Não podemos continuar neste ciclo de abandono e desgraça.

Agora, o governo promete 100 milhões de euros em apoio imediato às vítimas. A questão que se coloca é: será que este apoio chegará a tempo?

A burocracia, tantas vezes o maior entrave, não pode continuar a ser um obstáculo.

A urgência das situações exige respostas rápidas e eficazes. As pessoas que perderam tudo não têm tempo a perder, elas precisam de apoio agora, não amanhã, não no próximo mês.

Sem esse auxílio imediato, muitas destas pessoas não terão hipótese de reconstruir as suas vidas.

O apelo é claro: sejamos sérios, sejamos céleres, deixemos de lado a burocracia excessiva. O interior do país não pode continuar a ser esquecido.

Precisamos de uma estratégia política eficaz e duradoura que ofereça condições reais para que essas populações se fixem e se sintam seguras.

É preciso dar vida ao interior, combatendo a desertificação e trazendo esperança para quem ainda resiste com força e coragem.

Aos governantes e a todos os cidadãos, este é o momento de agir, de nos mobilizarmos e de fazermos a diferença.

O futuro do país depende da atenção que damos hoje a esses territórios esquecidos. Se queremos um país forte, coeso e próspero, devemos cuidar de todas as suas partes, especialmente as que mais precisam.

Não podemos mais esperar, é hora de reconstruir e revitalizar o interior.

João Manuel

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