O interior do país, tantas vezes esquecido e negligenciado, não pode continuar a ser lembrado apenas nas tragédias que marcam vidas e destroem comunidades.
É tempo de dar a devida atenção a esses territórios que,
embora distantes dos grandes centros urbanos, são fundamentais para a
identidade e o futuro do país.
A desertificação que há muito assola as áreas rurais é um
reflexo claro da falta de ação política eficaz, deixando aldeias quase desertas
e populações à mercê da sorte.
Os políticos, na sua maioria, parecem desconhecer a
realidade do país que governam. Limitam-se aos grandes centros urbanos, onde o
progresso é mais visível e as câmaras estão sempre presentes.
Mas o verdadeiro país, aquele que sustenta tradições, que
preserva a natureza, agricultura, animais e que oferece uma qualidade de
vida diferente, está no interior, longe
dos holofotes e dos discursos vazios.
É preciso que as lideranças políticas caminhem pelos campos,
conheçam as estradas rurais, falem com as gentes que resistem à desertificação
e compreendam as suas necessidades.
Só assim será possível implementar um ordenamento do
território que vá além do papel e que, de facto, crie condições para que as
populações se possam fixar e prosperar nestas regiões.
A cada tragédia, provavelmente evitável, a sensação de
impotência aumenta. Vemos vidas humanas, bens materiais, animais e famílias
inteiras devastadas, sem qualquer apoio eficaz e célere.
E, ano após ano, assistimos ao mesmo cenário desolador, sem
que se tomem medidas preventivas ou se aprendam as lições do passado. Não
podemos continuar neste ciclo de abandono e desgraça.
Agora, o governo promete 100 milhões de euros em apoio
imediato às vítimas. A questão que se coloca é: será que este apoio chegará a
tempo?
A burocracia, tantas vezes o maior entrave, não pode
continuar a ser um obstáculo.
A urgência das situações exige respostas rápidas e eficazes.
As pessoas que perderam tudo não têm tempo a perder, elas precisam de apoio
agora, não amanhã, não no próximo mês.
Sem esse auxílio imediato, muitas destas pessoas não terão
hipótese de reconstruir as suas vidas.
O apelo é claro: sejamos sérios, sejamos céleres, deixemos
de lado a burocracia excessiva. O interior do país não pode continuar a ser
esquecido.
Precisamos de uma estratégia política eficaz e duradoura que
ofereça condições reais para que essas populações se fixem e se sintam seguras.
É preciso dar vida ao interior, combatendo a desertificação
e trazendo esperança para quem ainda resiste com força e coragem.
Aos governantes e a todos os cidadãos, este é o momento de
agir, de nos mobilizarmos e de fazermos a diferença.
O futuro do país depende da atenção que damos hoje a esses
territórios esquecidos. Se queremos um país forte, coeso e próspero, devemos
cuidar de todas as suas partes, especialmente as que mais precisam.
Não podemos mais esperar, é hora de reconstruir e
revitalizar o interior.
João Manuel
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