Uma parte da Amarelo Silvestre está em Ponte de Sor, mas juntou-se a pessoas de outros pontos no país, neste meio privilégio, meio armadilha, que é o digital, para falar sobre o trabalho, no âmbito da apresentação do Diário de uma República II, no próximo Sábado, no Teatro Cinema de Ponte de Sor. Falamos sobre essa discussão depois, que até de férias falámos e ainda haveremos de falar de férias também aqui, nas nossas redes. Mas lá iremos.
Para já, porque trazemos todo o teatro que fazemos no peito
e todo o peito no teatro que fazemos, vamos às ultimas notas da residência
artística do Diário de uma República que virá, o terceiro. Ainda vemos sapos,
ainda os fotografamos, já não os engolimos.
Ao centro da mesa: flores impossíveis de regar e a questão
da habitação.
As últimas notas do Fernando:
Ela leva o balde com flores à cabeça.
Ele diz as pessoas pensam que têm paredes de ouro, nas
casas, por isso pedem muito dinheiro.
Ele diz elas estiveram a fazer restauro no hotel durante
dois anos e meio, o hotel abriu e passado um ano fechou.
Já há um hotel de 5 estrelas e vem outro de 4 estrelas.
A cara dele está por todo o lado.
Ele diz isto é do Conde.
Ele diz isto era de dois ou três senhores.
Ele pergunta querem almoçar sardinhas?
A cara dele está por todo o lado.
Eles dizem hoje era para vir pessoal para as obras desta
casa, mas as pessoas foram para as vindimas.
Ele não sabe como é que o Cristo Rei veio aqui parar.
Ele diz a casa é do meu irmão, que está no lar.
Ele diz se fosse hoje a Câmara não permitia essa obra.
Esta casa tem três placas de três imobiliárias diferentes.
Ela diz eles encaram a morte de uma forma assustadoramente
natural.
A cara dele está por todo o lado.
Deixaram um folheto no café: URGENTE! Procuramos imóveis.
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