A Madeira vive um dos seus momentos mais difíceis, com um
incêndio devastador que consome não só a vegetação, mas também a tranquilidade
e a segurança do seu povo.
Em tempos como estes, é esperado que os líderes do país
estejam presentes, oferecendo palavras de apoio e gestos concretos de
solidariedade.
No entanto, tanto o Presidente do Governo Regional, Miguel
Albuquerque, como o seu secretário regional, optaram por um infeliz "entra
e sai" de férias, num momento em que a ilha ardia e o povo clamava por liderança.
Mas não foram apenas eles que falharam. O silêncio
ensurdecedor vindo de Lisboa, onde o Primeiro-Ministro e o Presidente da
República continuaram as suas férias, como se nada se fosse, também é
profundamente lamentável. Não se esperava que interrompessem as suas férias
para viajar até à Madeira, algo que poderia até atrapalhar as operações no
terreno, mas uma simples palavra de apoio, um gesto simbólico de empatia, era o
mínimo que a situação exigia.
No entanto, essa palavra amiga nunca chegou. É impossível não
questionar a razão deste silêncio. Noutras crises, noutras catástrofes, a
solidariedade e a presença foram imediatas. O que mudou desta vez?
Será que o descanso se tornou mais importante do que o
dever? É uma pergunta que fica no ar, sem resposta, mas que certamente
refletira na memória dos madeirenses.
Em tempos de crise, as atitudes ficam para quem as pratica,
e a ausência de palavras de apoio por parte dos líderes nacionais e regionais
marca um momento de desilusão.
O povo madeirense, conhecido pela sua resiliência e coragem,
continua a lutar contra as chamas com a ajuda dos operacionais no terreno, sem
esquecer aqueles que deveriam estar ao seu lado, mas optaram por ficar em
silêncio.
Este é um convite para refletirmos sobre a importância da
liderança e da solidariedade em tempos de crise.
O povo da Madeira merece mais do que indiferença; merece
reconhecimento, apoio e, acima de tudo, respeito.
Que este episódio sirva de lição para todos nós, para que
nunca mais nos falte a voz da empatia e da solidariedade quando mais precisamos
dela.
Que todos possamos aprender com este momento e estar sempre
prontos para apoiar, seja com ações ou palavras, aqueles que enfrentam as
adversidades.
Os timoneiros, líderes e representantes, nunca abandonam a
tripulação!
Confesso que tenho enorme dificuldade em encontrar adjetivos
para caraterizar e retratar a postura de esta gente!
São estes os Timoneiros de uma Região e de um País?
A Madeira continuará a resistir, mas que fique bem claro: a
solidariedade nunca deve entrar de férias.
Que Deus Proteja e Ajude este Povo resiliente, que bem
merece!
João Manuel
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