Descalça vai pera a fonte
Lianor, pela verdura;
vai fermosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de
prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve
pura;
vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a
garganta,
cabelos d' ouro o
trançado,
fita de cor d' encarnado.
Tão linda que o mundo
espanta!
Chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e não segura.
Luís de Camões
Sem comentários:
Enviar um comentário