30 junho 2024

O ciclo populista

Estou mais preocupado com a futura eleição nos EUA que com a eleição francesa. As sociedades vivem de ciclos, infelizmente o ciclo que se vive é o da demagogia, do ódio e do esquecimento. Precisamos estar atentos para que não sejam uma ameaça à democracia e Humanidade. Trazem sempre a salvação e o desenvolvimento na ponta da língua, sobretudo quando são oposição, chegados ao poder fazem quase tudo igual. 

Na polarização que inventam, adoram acusar os outros de comunistas, adoram dizer mal da direita tradicional. Falam mal das políticas sociais, acham que a receita ultra-liberal resolve tudo, mas depois a prática mostra que nada acrescentam de novo, são incapazes de resolver os grandes problemas do nosso tempo. Curioso, ou não, é que se elegem na denúncia dos problemas, mas depois a solução milagrosa não existe. Aprofundam estigmas, ódios e pureza do seu grupo. 

O risco não é de chegarem ao poder, o risco é do nosso silenciamento. Mantendo-se sempre na oposição continuam a achar-se heróis, reais herdeiros de valores patriótico (ou a coisa que os pariu). Os partidos ditos tradicionais devem ver aí um alerta, que tem sido dado pela abstenção, mas totalmente ignorado. O exercício da política e a representatividade popular carece de novas dinâmicas, maior transparência e responsabilidade. 

A politicagem de barriga cheia precisa terminar, assim como o nosso consentimento. A grande questão é que esta dita extrema direita, que para mim é uma proposta anarquista, não vem trazer nada de novo, quer repartir o bolo. Usa a imigração e as minorias para repartir o bolo, não para promover o desenvolvimento e enfrentar os grandes problemas.

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