No beco escondem-se ilusões
Na superfície de qualquer chão
Não tem irmãos iguais
Esconde-se o próprio ser
Tem homens a recorrer a dependências
E mulheres à espera de pão
Não sei o motivo de se esconderem
São sempre apontados pelos mirones
Os residentes sabem bem o que se passa
A droga é a arma dos acossados pela ilusão
Outros recorrem ao álcool
Chegam a parar o trânsito no seu rebolar
Sem nome ou posição riem da sua figura
Não existem condições de dignidade
Nem para apelar a Deuses fantasmas
Comprova-se a alucinação
E o percurso interrompido
Destacam-se pelo cabelo encardido
E roupas excluídas da multidão
Somos tão anónimos perante as desgraças
Preferimos lançar culpas e olhar para o lado
Gostamos de dizer que foi por opção
José Gomes Ferreira
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