INVERNO: ENTRE A SOMBRA DOS DIAS CURTOS E A LUZ DO NATAL

 

Não gosto do Inverno. Não gosto dos dias curtos, da luz tímida, do céu cinzento que parece pesar sobre os ombros. A escuridão incomoda-me, oprime-me, traz uma sensação de solidão e isolamento que não nego nem escondo. A chuva entristece, o nevoeiro confunde, e embora suporte o frio, não é nele que encontro conforto.

O Inverno, para mim, é silêncio a mais, é recolhimento forçado, é o mundo a encolher quando o coração precisava de espaço. É uma estação que fala baixo quando eu preciso de cor, de claridade, de vida a acontecer.

Mas — e há sempre um mas — no meio dessa escuridão surge o Natal. E o Natal salva o Inverno.

Salva-o com luzes nas ruas, com mesas cheias, com afetos reencontrados, com gestos simples que aquecem mais do que qualquer lareira. O Natal é a exceção luminosa numa estação sombria. É o abraço no meio do frio, a chama acesa quando tudo parece escuro.

O Natal lembra-nos que não estamos sós, que a partilha ainda existe, que a solidariedade não hiberna. É o tempo em que o coração fala mais alto do que o clima, e em que a esperança insiste em ficar, mesmo quando os dias são pequenos.

Talvez por isso goste tanto do Natal: porque ele prova que até no Inverno mais cinzento pode haver luz, calor humano e sentido. E só por isso — apenas por isso — o Inverno se torna suportável.

Que saibamos ser um pouco Natal uns para os outros. Mesmo quando os dias são escuros.

Um Abençoado e Feliz domingo, muita saúde e felicidades, sejam felizes, mesmo no inverno...

Fiquem bem!

João Manuel