sexta-feira 12 2025

DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS: LEIS NÃO CHEGAM, FALTAM VALORES.


Dia Internacional dos Direitos dos Animais — e a verdade mais incómoda é que a legislação, por si só, nunca salvou uma vida. Podemos ter decretos, regulamentos, penas agravadas e projetos muito bem escritos. Mas enquanto a compaixão não sair do papel e entrar no coração e na prática das nossas cidades, aldeias e lares, continuaremos a ver animais abandonados, atropelados, torturados, descartados como se fossem lixo.

Dizemos sempre que “temos um longo caminho a percorrer”. Na verdade, temos um longo caminho que não começámos verdadeiramente a caminhar. Portugal foi pioneiro em algumas medidas legislativas, é verdade. Mas, nas ruas, nos campos e nos abrigos, o sofrimento continua a gritar — muitas vezes sozinho.
Porque é espantosamente fácil aprovar leis. O difícil é cumprir. Fiscalizar. Educar. Sensibilizar. E, acima de tudo, respeitar.
Quando um país continua a permitir que animais sejam abandonados às dezenas em dias de mudança, férias ou nascimento de um bebé, quando ainda assistimos a maus tratos “justificados” por tradição, ignorância ou desculpas absurdas, percebemos que a verdadeira mudança não será jurídica: será ética.
Hoje deveria ser um dia de celebração dos direitos dos animais.
Mas é, sobretudo, um dia de vergonha humana.
Os animais não pedem muito: um lugar seguro, alimento e respeito.
Nós é que continuamos a ser demasiado pequenos para oferecer o mínimo.
João Manuel

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