segunda-feira 15 2025

DIA INTERNACIONAL DA COBERTURA UNIVERSAL DE SAÚDE: DIREITO, NÃO PRIVILÉGIO 12/12/2025

 


No calendário das causas que importam realmente, 12 de dezembro marca um dos debates mais urgentes da nossa era: o direito universal à saúde. Não um luxo, não uma esmola, não um favor — um direito humano fundamental. Em 2025, o lema global não podia ser mais direto, mais cru e mais verdadeiro: “Custos de saúde inacessíveis? Chega!”

Porque chega mesmo.
Chega de sistemas que discriminam pela carteira.
Chega de modelos onde só é tratado quem pode pagar.
Chega de países onde viver ou morrer depende do saldo bancário.
Portugal, felizmente, não nasceu para estar nesse caminho. O Serviço Nacional de Saúde, construído com décadas de esforço coletivo, é uma das maiores conquistas da nossa democracia. Mas não nos iludamos: está ferido, cansado e a precisar — urgentemente — de atenção. A Cobertura Universal de Saúde não se garante apenas com decretos; garante-se com investimento, coragem política e respeito absoluto pelo cidadão.
E é aqui que a mensagem deste dia se torna especialmente importante para nós, portugueses: não podemos permitir que a saúde siga o trilho das políticas neoliberais que, noutros países, entregaram o bem-estar das pessoas ao mercado.
Porque quando isso acontece, a doença passa a ser negócio — e o cidadão, cliente. E cliente só é atendido quando paga.
E isso, em Portugal, não pode acontecer.
Todos sentimos na pele os sinais de alarme:
– Urgências onde doentes urgentes esperam horas e horas,
– Cirurgias adiadas até ao limite do razoável,
– Falta de profissionais exaustos e abandonados,
– Famílias que, desesperadas, recorrem ao privado porque a espera no público se tornou insuportável.
A pergunta impõe-se: é isto que queremos para o futuro?
Se a resposta for “não”, então este dia não é apenas mais uma data — é uma chamada à ação.
A Cobertura Universal de Saúde não é um slogan; é a garantia de que ninguém fica para trás. É o reconhecimento de que a saúde é o maior igualador social. É a promessa de que, neste país, uma vida vale mais do que uma fatura.
Hoje, mais do que celebrar, é preciso recordar:
Um país que abandona o direito à saúde abandona o seu próprio povo.
E Portugal não pode nem deve trilhar esse caminho.
Que este 12 de dezembro seja, então, uma voz firme:
— Em defesa do SNS.
— Em defesa da dignidade.
— Em defesa de todos nós.
Porque a saúde é universal, ou não é saúde.

João Manuel Magalhães Rodrigues Fernandes

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