Todos os dias, centenas de trabalhadores entram e saem das zonas industriais de Nelas.
Vêm de Canas,
Santar, Senhorim, Aguieira ou Vilar Seco.
Chegam de
madrugada. Saem à noite.
E fazem-no quase
sempre a pé, de boleia ou em carro próprio.
Porquê?
Porque não há
transporte público regular para as zonas industriais.
Não há autocarros à
hora dos turnos.
Não há paragens nos
parques industriais.
Não há planeamento,
nem vontade.
A Câmara assina
protocolos, faz discursos sobre emprego e investimento, mas depois ignora o
básico:
garantir que quem
trabalha tem como lá chegar de forma digna e segura.
Os horários são
desencontrados.
Os jovens sem carta
dependem de terceiros.
E quem ganha o
salário mínimo gasta cada vez mais em gasolina para poder trabalhar.
Isto é
inadmissível.
Como se atrai
investimento sem mobilidade?
Como se fala em
coesão territorial com fábricas sem transporte?
Como se promove o
ambiente com centenas de carros todos os dias?
Basta de desculpas.
Está na hora de
coordenar horários entre empresas, planear rotas úteis, aproveitar os fundos
europeus e ligar as pessoas ao seu trabalho.
Porque sem
transporte, não há justiça social nem desenvolvimento sustentável.
É tempo de meter
Nelas na linha — começando por quem todos os dias faz mover a economia do
concelho.
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