quinta-feira 10 2024

Profetas cibernéticos



A chuva tem tardado

Espraia-se na ausência 

Como o amor maduro

E a crença de ateu


A chuva tem tardado

Apesar dos ossos rijos

E da marcha dos algoritmos

Alguns até fantasiam verdade


Andamos a mando das profissões 

As próprias ideias dispersam

Seguimos alienados com novas drogas

Permitimos tudo às tecnologias 


As corporações é que riem

Mobilizam novos peritos para o engano

Que manipulam os nossos futuros possíveis

Usam mão-de-obra que julga dominar a técnica 


O fascínio pelos aparelhos parece poder

Competências para além do que é normal

Quando afinal são novas bíblias

E novos profetas para evangelhos cibernéticos


José Gomes Ferreira 

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